Os gastos com cartão corporativo da Presidência da República dobraram nos primeiros quatro meses de 2020, na comparação com a média dos últimos cinco anos, informou o jornal O Estado de S. Paulo.
A fatura do cartão, usado para bancar despesas sigilosas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), foi de R$ 3,76 milhões, um salto em relação aos gastos dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Michel Temer e do próprio Bolsonaro nos primeiros quatro meses de 2019 (R$ 1,98 milhão).
Além de despesas de Bolsonaro, o cartão engloba gastos de familiares e das residências oficiais. A Presidência mantém a fatura em sigilo, ignorando decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), sob a justificativa de que poderiam colocar em risco a segurança do chefe do Executivo.
Quando ainda era deputado federal pelo PP (atual Progressistas), Bolsonaro criticou os gastos com cartões corporativos, e desafiou o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva a “abrir os gastos”.
Em 24 de abril, após Sergio Moro ter pedido demissão e feito acusações contra Bolsonaro, o presidente se pronunciou sobre os gastos com cartão corporativo.
“Na vida de presidente da República eu tenho três cartões corporativos, dois são usados para despesas, as mais variadas possíveis, afinal de contas mais de 100 pessoas estão na minha segurança diariamente, despesas de casa, normal”, disse.
“E um terceiro cartão que eu posso sacar R$ 24 mil por mês sem prestar contas. Eu posso sacar R$ 24 mil e gastar onde bem entender. Quanto eu gastei dessa verba desde o ano passado? Zero”, disse.
Bolsonaro não mencionou, no entanto, que os gastos totais dos cartões corporativos da Presidência sob sigilo superaram os R$ 14 milhões no ano passado.
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