O empresário Eike Batista afirmou ontem que contratou o ex-ministro José Dirceu, da Casa Civil, para que ele “ajudasse com o governo da Bolívia” no andamento de um empreendimento de siderurgia naquele país.
O lobby foi contratado em 2006, no primeiro ano de Evo Morales na presidência, quando foi anunciada a nacionalização de diversos empreendimentos estrangeiros em solo boliviano.
Em depoimento à CPI do BNDES, Eike declarou que tinha um projeto com minas de ferro na cidade fronteiriça de Corumbá (MS) e no país vizinho. “A gente ia botar a Bolívia no mapa do mundo na área de siderurgia.”
A contratação de Dirceu, disse, seria a maneira de conversar com o governo boliviano. “Contratei para fazer um estudo, me ajudar com o governo da Bolívia a botar o projeto em pé. E não ficou em pé”, afirmou.
O trabalho foi feito alguns meses após a cassação do mandato de deputado de José Dirceu em meio ao escândalo do mensalão, período em que o petista ainda exercia forte influência no governo e no PT. “Eu fui nacionalizado, sofri uma agressão”, disse, sobre a medida de nacionalização do petróleo e gás do país adotada pelo governo boliviano.
O pedido de ajuda a Dirceu, segundo ele, foi para tentar reverter a “decisão tão radical” do país. O projeto, contou, acabou sendo deixado de lado.
Procurada pela reportagem, a defesa de José Dirceu não tratou especificamente do caso da Bolívia, mas confirmou que o ex-ministro já prestou diversos serviços no exterior.
Estadão
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