domingo, 2 de dezembro de 2018

Um ano e meio após gravação de Temer, irmãos Batista estão mais ricos

Um ano e meio após as delações dos irmãos Joesley e Wesley Batista virem à tona, a JBS, dona da Friboi, voltou a se recuperar - e os dois estão R$ 2,5 bilhões mais ricos. 

Hoje, o valor de mercado da empresa - quase R$ 32 bilhões - é 23% maior que no dia 17 de maio de 2017, quando as gravações de Joesley com o presidente Michel Temer tornaram-se públicas. 

As ações nas mãos dos Batistas, que detêm 40,6% da companhia, somam hoje R$ 13 bilhões. Um dos maiores produtores de carne bovina do mundo, o grupo também teve seu nome envolvido, em março do ano passado, na Operação Carne Fraca, que investiga irregularidades e pagamentos de propinas a agentes do Ministério da Agricultura. 

Mesmo com a reputação arranhada, o grupo conseguiu blindar sua operação e aumentar as vendas da companhia. Para conter a crise e evitar o desmanche do império da família, Joesley e Wesley deixaram, em maio de 2017, o conselho de administração da JBS e de outras empresas sob o comando da holding J&F. 

Desde então, passaram a negociar diretamente com bancos e investidores a venda de parte de seus negócios para fazer caixa e evitar a cobrança antecipada de dívidas de cerca de R$ 20 bilhões que venciam até 2020. 

Entre maio e agosto do ano passado, foram vendidos frigoríficos do Mercosul (para o Minerva) e a Alpargatas (para o Itaúsa). No mês seguinte, os irmãos venderam a Eldorado Celulose (para Paper Excellence) e a Vigor (para a mexicana Lala). 

Quando os dois irmãos foram presos em setembro passado, José Batista Sobrinho, o Zé Mineiro, pai e fundador da JBS, voltou ao comando da empresa, com o apoio do BNDES, principal sócio do grupo, com 21,3% do negócio. 

Os netos de Zé Mineiro - Wesley Batista Filho e Aguinaldo Gomes Ramos - também passaram a integrar o conselho de administração da companhia. Joesley ficou seis meses preso e, seu irmão, cinco meses. 

Bancos ouvidos pelo Estado afirmaram que vários investidores tentaram comprar a participação dos Batistas na JBS, mas os irmãos se negaram a vender a totalidade ou parte de suas ações, mesmo com forte prêmio oferecido pelos papéis. O foco desses investidores é comprar a fatia do BNDES. 
NM

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