segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Procuradores da Greenfield dizem que CVM nunca absolveu Guedes

Os procuradores da Operação Greenfield disseram hoje ao TRF da 1ª Região que as decisões da CVM sobre os investimentos de Paulo Guedes com fundos de pensão não podem influenciar o andamento das investigações. 

Em ofício enviado ao desembargador Ney Bello Filho, os procuradores disseram que a CVM nunca discutiu o mérito dos investimentos. 

Segundo eles, a comissão apenas disse que as acusações não eram suficientes para abrir um procedimento.Os procuradores também alegaram que não investigam todos os investimentos de Guedes com os fundos de pensão. 

Apenas a compra de participação no HSM Brasil e na Enesa, que resultaram em prejuízos de R$ 700 milhões aos pensionistas do Funcef, Previ, Postalis e Petros. 

Na sexta-feira (14), o desembargador Ney Bello suspendeu as investigações contra Paulo Guedes na Greenfield por 40 dias, até que o MPF e a CVM esclarecessem as alegações da defesa sobre o caso.

Os advogados de Guedes acusam o MPF de não compartilhar provas com a defesa com o intuito de prejudicar o ministro. E dizem que não levaram aos autos os documentos que comprovariam que a CVM o absolveu – os procuradores disseram ao TRF que isso nunca foi pedido pelos advogados. 

A defesa do ministro também afirma que os procuradores não olharam para o resultado total dos investimentos e se ativeram a “recortes” da carteira do fundo BR Educacional, na época de propriedade de Paulo Guedes. 

Os procuradores confirmam que não investigam todos os investimentos, mas reiteram que há indícios de fraude nos aportes citados no inquérito. 

“O esforço de Paulo Guedes para arquivar a investigação sobre o investimento suspeito na empresa Enesa deve ser entendido como uma tentativa de colocar para “debaixo do tapete” um dano – possivelmente criminal – multimilionário, que hoje contribui para a situação delicada por que passam os maiores fundos de pensão do país”, afirmam os procuradores.

 

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