As nevascas anuais aumentaram 30% na Antártida Ocidental durante o século passado, mas essa neve extra não significa uma boa notícia para a camada de gelo que está derretendo, disseram pesquisadores nesta quarta-feira.
Pelo contrário, a neve é provavelmente resultado da maior atividade ciclônica sobre as águas mais mornas do oceano, que por sua vez resultam na perda de gelo, segundo o estudo publicado na revista Geophysical Research Letters.
"Nesta região, as mesmas (tempestades) que causaram o aumento da queda de neve em terra firme trouxeram correntes oceânicas quentes, que por sua vez entram em contato com os mantos de gelo da Antártida Ocidental, o que resulta num rápido afinamento", afirmou em comunicado a principal autora do estudo, Elizabeth Thomas, paleoclimatóloga do British Antarctic Survey.
"Assim, o aumento da queda de neve que relatamos não causou o espessamento do gelo, mas na verdade é outro sintoma das mudanças que estão conduzindo a atual perda de gelo".
Usando amostras de gelo que permitam a consideração de queda de neve desde 1712 ao longo da costa oeste da Antártida, os pesquisadores descobriram que houve uma rápida aceleração destes desde os anos 1990.
"Nos últimos 30 anos do estudo, a camada de gelo ganhou cerca de cinco metros a mais de água do que havia ganhado nos primeiros 30 anos do período de estudo".
De 1900 ao ano 2010, o acúmulo anual de neve aumentou 30%, apontou o estudo.
APF
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