Da mesma forma que chegou, saiu, discretamente, sem alarde, apenas com a sensação do dever cumprido. Assim se portou a Blitz da Lei Seca, em mais uma operação realizada na madrugada na capital, com o propósito principalmente de prevenir acidentes de trânsito provocados pela mistura de bebida alcóolica e direção.
Esta perigosa combinação já tem enterrado muita gente ou levado aos leitos de hospitais com sequelas irreversíveis, deixando no rastro um enorme custo social, econômico e afetivo.
A ação do governo do estado por meio do Detran-RN, em parceria com o Comando de Polícia Rodoviária Estadual(CPRE), montou a barreira às 23h30 de sexta-feira (20) no cruzamento da avenida Brigadeiro Gomes Ribeiro com rua da Saudade, próximo à Lagoa do Jacaré no bairro Nova Descoberta.
Quando o último cone foi embarcado, pondo fim à fiscalização, o relógio acusava 4h10 do sábado.
O local foi escolhido minutos antes da saída do comboio da sede do Detran, situada na Cidade da Esperança, pela coordenadoria de Educação e Fiscalização de Trânsito da autarquia, em combinação com o oficial do CPRE.
Ao se aproximar do local das abordagens, chamou a atenção o grande número de pessoas nas mesas dos bares instalados nas cercanias.
Foi a primeira vez que a Blitz da Lei Seca armou seu esquema naquele local. Pela calmaria reinante, com alguns veículos trafegando, a impressão era de que o número de abordagens seria mínimo.
Mas esta expectativa foi se desfazendo na medida em que as rotas de fuga foram bloqueadas e os condutores não tinham outra alternativa a não ser adentrar no corredor onde os policiais não só ofereciam ao motorista as opções de se submeter ou não ao teste do bafômetro, como fiscalizavam as Carteiras de Habilitações e Certificados de Registros de Licenciamentos de Veículos(CRLV) para saber se estavam em ordem.
Em pouco tempo o estacionamento delimitado para recolher os veículos, cujos condutores transgrediram a Lei, ficou cheio. Era grande o aglomerado de condutores em torno das viaturas onde policiais lavravam os autos de infração.
Ao agrupamento flagrado com documentos vencidos, que se recusaram a fazer o teste do bafômetro, e os que faziam e dava positivo, se juntava familiares, parentes e amigos que acorriam ao local recrutados pelas vozes infracionadas ao celular, para conduzirem carro, desde que a infração não determinasse o recolhimento do veículo ao pátio do Detran.
Enquanto aguardavam ser chamados para assinar o auto de infração e receber as instruções dos trâmites que o processo correria a partir daquele momento, o lamento era grande. Alguns se queixavam de que não teriam condições de pagar a multa de R$ 1.915,43 por ter transgredido a Lei Seca, de tolerância zero; outros de que “já estavam pertinho de casa “como se a proximidade com a residência lhe desse imunidade para não cometer acidente.
Um confessou, sem saber com quem estava falando, que só tinha tomado duas “talagadas” na hora do almoço, o que faz todo dia... Umas moças e rapazes bem vestidos, transpareciam no rosto a decepção por ver a balada interrompida ao romper da madrugada.
Os celulares não paravam de disparar em busca da “mão amiga”.
Ao final da operação, a coordenadoria de Educação e Fiscalização de Trânsito do Detran fez um balanço da operação: 400 abordagens de condutores de veículos, resultando em 23 infrações pela transgressão do artigo 165 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB); 22 recolhimentos de CNHs; 8 veículos recolhidos ao pátio do Detran (6 motocicletas e 2 carros) pelo artigo 230; e 5 infrações diversas.
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