terça-feira, 24 de março de 2015

Dezenas de famosos na lista de correntistas do HSBC na Suíça, diz O Globo

Artistas, intelectuais e celebridades estão na lista de pessoas que enviaram dinheiro para contas do HSBC na Suíça, segundo informa hoje o jornal o Globo, que apurou o assunto juntamente com o portal UOL. 

Eles fazem parte de uma lista de 8.667 brasileiros que tinham contas no paraíso fiscal. Ainda segundo O Globo, alguns dos artistas que fizeram depósitos são beneficiários de verbas públicas através da Lei Rouanet de fomento à cultura. embora não haja conexão entre o recebimento das verbas e os depósitos no banco no exterior. 

O caso do banco HSBC, conhecido como 'Swissleaks' começou com o vazamento de uma lista do banco contento milhares de correntistas internacionais que eram orientados a mover fundos para a filial do banco em Genebra para evitar incidências fiscais. 

Manter uma conta em um banco estrangeiro é absolutamente legal, mas na maioria dos países do mundo - incluindo o Brasil - é preciso notificar o governo. 

Entre os artistas listados pela reportagem do jornal carioca, estão nomes do primeiro time do entretenimento no Brasil, como o humorista e entrevistador Jô Soares, as atrizes Cláudia Raia, Maitê Proença e Marília Pera, os atores Francisco Cuoco e Edson Celulari e familiares de luminares da cultura brasileira como Jorge Amado e Tom Jobim. 

Um dos correntistas identificados na lista do HSBC, o escritor Paulo Coelho, não teve problemas em dizer que tem três contas no banco, e foi além, defendendo o papel da imprensa em divulgar as informações para esclarecer o caso. 

Na longa lista, estão pelo menos dois familiares de Jorge Amado, além dele e da esposa Zélia Gattai, os cineastas Andrucha e Hector Babenco. 

À exceção de Jô e Ricardo Waddington (irmão de Andrucha numa produtora) , todosos artistas e celebridades que figuram na lista foram beneficiados por verbas levantadas através da Lei Rouanet. Os valores vindos por meio do incentivo à cultura variam entre R$100 mil (no caso de uma peça teatral de Marília Pera) até os R$16 milhões captados por Hector Babenco para o filme "Carandiru" e para a peça "Hell" e os R$7.4 milhões arrecadados por Claudia Raia para a produção de três musicais. 

Roberto Medina, dono da empresa produtora do festival Rock In Rio (que captou R$13 milhões para sua execução), também figura na lista. Já a Fundação Tom Jobim captou R$ 1,7 milhão para uma exposição sobre a obra do músico. 

Procuradas pela reportagem de O Globo, as celebridades e artistas disseram "não ter ciência de qualquer conta no banco suíço ou ter realizado todas as operações financeiras de forma legal". 

Jô Soares disse que fi correntista do HSBC em Nova York, mas que todas as suas operações foram declaradas corretamente e disse que jamais teve contatos com a filial suíça, mesma resposta dada por Roberto Medina. 

Ricardo Waddington, Hector Babanco e Maitê Proença negaram a existência de contas e os artistas Francisco Cuoco, Marília Pera, Claudia Raia, Edson Celulari não se posicionaram, assim como o cineasta Andrucha Waddington e a Jobim Music. 
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