Vladimir Putin sancionou a lei que assegura aos maridos russos o direito de bater em suas mulheres e filhos uma vez por ano, com penas atenuadas.
As penas mais graves, que eram aplicadas a toda agressão doméstica, agora só servirão para quem provocar fraturas em ossos, ou para quem agredir duas vezes em período inferior a 12 meses. Quem só causar sangramento sem fratura, por exemplo, no máximo paga uma multa ou, no máximo, uma pena de 15 dias de prisão.
A nova lei passou pelas duas casas do Congresso russo e causou imensa discussão: ativistas de direitos humanos reagiram de forma contundente contra a mudança na lei. É relevante ressaltar que a Rússia já registra uma morte de mulher por agressão doméstica a cada 40 minutos.
O principal argumento dos defensores da mudança da lei é que a restrição maior à violência doméstica tornava mais grave para um pai bater nos seus filhos (ou na esposa) do que para o vizinho, caso agredisse as mesmas pessoas.
Evidente que a situação é de fato mais grave, já que a mulher e os filhos ficam expostos diariamente ao agressor quando ele reside na mesma casa.
Além disso, membros da Igreja Ortodoxa se posicionaram a favor da mudança, já que se for praticada “dentro do razoável” a violência contra a mulher “faz parte da tradição russa” e que eliminá-la seria atender a uma “pressão do Ocidente”.
“Tem coisas acontecendo na Europa do Norte que nem Hitler teria sonhado”, disse o chefe da comissão de assuntos familiares do Patriarcado Ortodoxo Russo, padre Dmitry Smirnov, ao The Guardian.
UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário