A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu mudar de estratégia e atrasar a ofensiva de recursos nos tribunais superiores, como STJ (Superior Tribunal de Justiça) e STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar garantir a candidatura do petista ao Planalto.
Com aval do ex-presidente, os advogados resolveram pela mudança de tática depois da manifestação do Comitê de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) que, na sexta-feira (17), pediu ao Brasil que não impeça Lula de concorrer à eleição até que o caso transite em julgado (quando não existe mais possibilidade de recorrer).
A ideia é explorar politicamente ao máximo a questão da ONU no processo que tramita no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A procuradora-geral Raquel Dodge e o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) já contestaram a validade do registro da candidatura do ex-presidente.
O prazo para as contestações termina na quarta-feira (22).
Depois, o ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso no TSE, vai abrir prazo de sete dias para a defesa se manifestar.
É neste período que o PT pretende intensificar o discurso de que a ONU defende a candidatura do ex-presidente.
A cúpula petista acredita que é preciso prolongar os prazos o quanto for possível com o discurso de que Lula é candidato para tentar garantir mais força na transferência de votos do ex-presidente para seu afilhado político, Fernando Haddad, hoje vice na chapa do PT ao Planalto.
O partido registrou a candidatura da chapa no dia 15 de agosto, no limite do prazo permitido por lei, em outro movimento para esticar a exposição do ex-presidente como candidato.
A tese de Lula e de dirigentes do PT é que, quanto mais próximo ao primeiro turno se der a substituição do nome do ex-presidente na urna, maior será a possibilidade de seu espólio eleitoral ser herdado por Haddad, que deverá assumir a candidatura se Lula for declarado inelegível.
NM
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