terça-feira, 23 de junho de 2009

"O MARTELO DE GILMAR"

Marcos Jardim, um dos filhos de Zeca do Mangueiral, é admirado em Jardim do Seridó pela inteligência e cultura erudita. Esse blogueiro pôde sentir que ele é amante do cordel e do parnasianismo, sendo um poeta por convicção, quando esteve recentemente, na residência de seu primo Ciro Júnior e debaixo da árvore frondosa ali existente, Marcos Jardim, que estava ao lado da esposa Márcia, do amigo Zé Ailson, do primo Edvaldo, de Nicinha Alves, fez presente, à este blogueiro, do folheto de sua autoria, “O Martelo de Gilmar”, onde homenageia aquele parente (Gilmar do INSS) por ele ter o sangue de apragateiro, herdado do avô Severino Raimundo, e dos tios Gerino e Bidinho. Marcos Jardim diz que Gilmar, seu compadre, sabe assimilar e conviver com a vida de sapateiro, exercendo esse ofício com muita propriedade.

Aqui estão alguns versos do livreto. Oportunamente todo conteúdo sairá.

“Tengo, tengo, tengo, tengo
Bate o martelo teimoso
Ressoando noite a dentro
O seu zunido ruidoso
Atiçando na memória
Um pouco da nossa história
De um passado glorioso
Esse martelo atrevido
Inda insiste em trabalhar
Qual araponga cantando
Noite a dia a nos lembrar

Do tempo em que o sapateiro
Era um artista, um obreiro
De importância singular

Era quem fazia botas
Calçados pra andar no mato
Sandálias e alpercatas
Chinelos a moda gato

Costura fazia aos montes
Qualquer tipo de “remonte”
Todo tipo de sapato

Na oficina de vovó todo mundo era informado.
Pois tudo o que acontecia ali era comentado
Os chafurdos da cidade antes de ser novidade
Por lá já tinha passado.

Na estante dos remontes.
Não havia distinção, o sapato do empregado
Tava junto ao do patrão

A bolsa de uma donzela
Se agarrava na fivela
Do cinto de um cafetão

Esse martelo ainda hoje parece que não se cansa
De revirar nossa entranha, de remexer na lembrança
Fazendo a gente sonhar e num repente voltar a ser de novo criança.

Bata, Gilmar, seu martelo com seu repique insistente para que nunca se apague e que viva eternamente como um símbolo de louvor do sangue do nosso avô dentro da veia da gente


Nota do blogueiro.

Caro Marcos Jardim.
Um pouco mais dessas “prosas” o blog terá espaço para publicar. Seu prestigio comigo é ilimitado. Você tem um grande defensor que é Ciro Junior. Saudações juninas de Eliel Bezerra.

6 comentários:

  1. Amigo Eliel, sou um leitor fiel do seu BLOG, pois esse BLOG tem um diferencial "conteúdo" parabenizo a você e a todos que fazem parte desse espaço democrático e acima de tudo responsável. Muito boa a matéria, temos que aprender a valorizar a nossa terra. Um abraço.

    Anchieta Júnior

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  2. Parabéns Eliel, por divulgar a cultura jardinense, Marcos Jardim é um artista da terra, muito bom esses versos, sobre a oficina do saudoso sapateiro Severino Raimundo. Jardinense ausente.

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  3. Parabéns ELIEL,seu blog sempre publicando matérias interessantes, esses versos de Marcos Jardim, nos faz reviver aquela época da oficina do meu avô Severino Raimundo. CIRO JÚNIOR.

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  4. Gostei dos versos de Marcos, pois nos faz lembrar da nossa adolescência, quando as sapatarias de meu avô e de seu Isac, eram os points da cidade, para os que gostavam de futebol. Naquela época não convíviamos com drogas, nem com a violência que hoje impera enre os jovens. Bons tempos, os das alpercatas de couro!

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  5. Caro Eliel,

    Como leitor dos seus "Blog" e "A Fonte", amante de poesia e amigo da família do Sr. Ciro Alves, gostaria de parabenizar o Marcos de Zeca pela bonita homenagem que ele fez ao seu avô Severino Raimundo.

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  6. Leio de longe, aqui do Tocantins, o seu blog. Muito emocionante por nos relembrar fatos de anos e anos atrás.
    Um abraço.

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