sábado, 14 de abril de 2012

EM NATAL, CARLOS EDUARDO ALVES, FAVORITO NAS PESQUISAS, ESTÁ NAS MÃOS DOS VEREADORES

Presidente regional e pré-candidato do PDT à prefeitura de Natal, o advogado, ex-prefeito e ex-deputado estadual Carlos Eduardo Alves, sofreu um duro revés nesta quinta-feira, 12, ontem, quando soube que o presidente do diretório natalense do PMDB, vereador Luiz Carlos Noronha, havia recomendado que a câmara municipal reprovasse a prestação de suas contas.

Ele contava que o ministro da Previdência Social, senador Garibaldi Alves Filho, seu primo e um dos principais líderes do PMDB no Rio Grande do Norte, dobrasse Luiz Carlos em relação à aprovação das contas, cuja rejeição pela câmara municipal parece ser fatal à sua candidatura. Líder absoluto em todas as pesquisas sobre a sucessão da prefeita Micarla de Souza, presidente regional do PV, Carlos Eduardo enfrenta uma situação vexatória. Passou os oito anos de prefeitura dando a mínima para vereadores, e agora está nas mãos deles. Sem eles, estará enquadrado na "Lei da Ficha Limpa".

Não se pode dizer que todos pretendem fazer-lhe agora oposição retroativa, até porque dois fatos sugerem falta de motivação. Não se reelegeram em 2.008 muitos dos vereadores a quem ele resolveu combater desde a eclosão da "Operação Impacto", obra de engenharia política urdida em seu gabinete. Este insucesso eleitoral enfraqueceria na câmara a ação negativa em busca de reparação política. E recentemente a câmara municipal homenageou o carioca Carlos Eduardo Alves concedendo-lhe o título de cidadão honorário de Natal.

Contudo, à luz do relatório que o Tribunal de Contas do Estado aprovou das contas do gestor público Carlos Eduardo Alves, a câmara agora pelo menos se divide em relação a reconhecê-lo como bom administrador. O pior desta situação, para Carlos Eduardo, é que a aprovação do relatório do tribunal pelos vereadores praticamente o torna inelegível por oito anos, a partir de agora, impedindo-o de prosseguir com sua candidatura. Beneficiam-nos cálculos segundo os quais a casa se compartimenta equitativamente a respeito de suas contas, à parte discurso de radicais contra, quando seu insucesso exige dois terços dos votos. É imprevisível, porém, o que lhe pode ocorrer nas próximas horas.

Incapazes de demonstrar ao longo dos últimos dois anos condições eleitorais de impedi-lo de reconquistar a prefeitura natalense em outubro, dirigentes dos partidos que almejam o mesmo poder encontraram na votação pela câmara uma extraordinária oportunidade de tirá-lo de seus caminhos. Seria natural, portanto, que entrassem em campo recomendando que seus vereadores o destronem da liderança.

Este pleito até parece chuva em chão molhado. A história do comportamento de Carlos Eduardo sugere aos vereadores um não compartilhamento do poder que não lhes interessa, e seu afastamento da disputa pode melhorar em muito a situação de alguns e de suas legendas no tabuleiro político com a ascensão de outros nomes na escala das preferências dos eleitores em relação à sucessão de Micarla, podendo até patrocinar o lançamento de candidaturas que sempre estiveram no cenário mas recorrentemente experimentaram camuflagens. Vereadores que ajudarem a lhes dar impulso imaginam que adiante receberão recompensas.

Ainda não se tem certeza de que a casa decidirá terminativamente na próxima segunda-feira, como apregoam alguns, porque os vereadores decidiram evitar privilégios na tramitação do relatório até seu plenário. A chegada a Natal, nestas quinta e sexta-feira, 13, hoje, dos líderes regionais das legendas sugerem que o fim de semana demandará muita conversa a respeito. E, para Carlos Eduardo, muita apreensão.
Roberto Guedes

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