Enganou-se quem achava que o Conselho Político criado pela governadora Rosalba Ciarlini (DEM) teria como meta a discussão dos graves problemas que atingem a população em áreas como Saúde, Educação e Segurança Pública, para ficar apenas nestas que estão entre as três mais importantes.
Nada disso.
Pelo que anunciou a governadora, o conselho servirá para que os principais líderes políticos do bloco governista troquem figurinhas sobre estratégias eleitorais. Como se já não vivessem fazendo isso sem a necessidade de formalização de um grupo.
Nada mais simbólico para o Conselho que estrear centralizando sua pauta sobre a eleição em Mossoró, berço político de Rosalba.
E até agora foi só isso mesmo.
Nada de pautar a crise nos hospitais públicos, o desabastecimento da Unicat, a falência do sistema penitenciário, os altos índices de criminalidade e a indigência na Educação.
Para o Conselho do Governo, a prioridade é a eleição de Mossoró.
O conselhinho, como definiu apropriadamente o jornalista Diógenes Dantas no Jornal 96 e no seu blog aqui no Nominuto, referindo-se ao número de integrantes do grupo, é um diminutivo que cabe bem também para os propósitos do agrupamento de líderes governistas.
O tal Conselho Político, ao que parece, é só para inglês ver. Não para os potiguares.
O fato de a oposição ter vindo logo a público para condenar não invalida as críticas feitas.
Porém, mais gritante que elas é o silêncio dos próprios líderes governistas, que até agora não vieram a público defender a concepção e o direcionamento do Conselho Político.
Nem em Brasília, nem aqui no Estado.
O conselho, assim, parece ser mais uma daquelas ideias disparatadas que são lançadas por nossos governantes nos momentos em que falta o bom senso. Justamente por serem desprovidas de utilidade e até de sentido, acabam sendo anuladas e abandonadas.
Foi assim (quem não lembra?) com o decreto baixado no final do ano passado que proibia manifestações públicas na área do Centro Administrativo.
O Conselho Político de Rosalba - ou conselhinho, como parece ser mais adequado - tem tudo para seguir o mesmo destino e ser descartado de imediato.
E sem deixar saudade.
Marcos Alexandre
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