sábado, 22 de fevereiro de 2014

Exame detecta chumbo nas mãos de Iranildo e delegado acredita ser ele o executor

O exame residuográfico realizado pelo tenente da Polícia Militar, Iranildo Félix de Sousa, – acusado de matar o ex-lutador e professor de MMA, Luiz de França Trindade, 26 anos, quando saía de uma academia do conjunto Cidade Satélite, no dia 10 de fevereiro; detectou partículas de chumbo nas mãos do militar. 

A informação foi confirmada pelo delegado Silvio Fernando, titular da 11ª DP, que investiga o caso. O inquérito deve ser encaminhado a justiça até o dia 10 de março. 

O delegado afirma que tudo leva a crer que foi o tenente o executor do crime, mas que algumas provas ainda precisam ser levantadas. “O resultado do exame residuográfico das mãos deu positivo, mas o da roupa deu negativo, até porque nós acreditamos que se ele realmente foi o executor, ele realizou o crime com um moletom verde e outra roupa por baixo. Nós ainda estamos ouvindo algumas pessoas, fazendo algumas diligências para fazer o indiciamento”, contou o titular da 11ª DP.

Contudo, peritos afirmam ser irrelevante o resultado negativo do exame residuográfico, uma vez que os próprios peritos reconhecem que estes exames, por si só, não podem ser considerados como uma prova técnica exclusiva e definitiva, ainda mais porque a existência de resíduos nas mãos do atirador depende de adoção de vários fatores peculiares que, inclusive, na maioria das vezes,não estão presentes e, por isso, é comum o resultado negativo nesse tipo de exame.

A linha de investigação da Polícia Civil, descartou a hipótese de que a namorada do tenente teria algum tipo de relacionamento com o professor e acredita na tese de que foi uma vingança. 

“Nós estamos seguindo a tese de que o professor de MMA teria desafiado o tenente para uma luta dentro da academia, já que o tenente sempre se queixava das aulas e queria uma luta mais forte, além disso, o tenente desacatou outros professores de artes marciais da academia, o que leva a acreditar que pode ter sido vingança”. 

Quanto ao afastamento do militar por indicação médica, o delegado Silvio acredita que isso também será investigado. 

“Se ele tem problema psicológico ele pode ter surtado no momento do crime, mas isso também será devidamente investigado. O tenente tem uma tese forte de defesa na qual ele afirma não estar em outro local no momento do crime. Além disso, ele se propõe a fazer qualquer tipo de exame a se apresentar a qualquer hora que for marcado. Ele é até uma pessoa que está colaborando com o trabalho de investigação. E Se for comprovado pela Polícia que ele realmente cometeu o crime, ele é muito frio mesmo”. 

Sobre o depoimento da namorada do tenente, a enfermeira Valéria Cortês, o delegado afirma que o resultado da perícia vai ser o grande desencadeador de outros indícios. 

“Ela não foi coagida, ela é uma pessoa preparada, dissimulada, inteligente, tanto ela quanto ele são pessoas muito tranquilas. Ela negou ter sofrido qualquer agressão e afirmou que foi uma queda. Estamos aguardando o laudo do hospital e também a pericia que foi feita nela, mesmo que com oito dias depois. Mesmo assim eu tenho a esperança de que como ela é uma pessoa branca, uma pessoa clara, as lesões não tenham saído do corpo ainda”, contou o delegado Silvio Fernando. 

A 11ª delegacia de Polícia tem até o dia 10 de março para enviar o inquérito para a justiça. “Não vamos fazer uma coisa precipitada, vou usar até o último dia que tenho para fazer e dar uma resposta exata para a sociedade”. 

“Para nós foi positivo” 

A defesa do tenente Iranildo Félix, a advogada Brenda Martins, se pronunciou na manhã de hoje a respeito do resultado do exame residuográfico, o qual detectou partículas de chumbo nas mãos do militar. 

Para ela o resultado positivo para as mãos e negativo para as roupas e outras regiões do corpo “é natural”. “Para a defesa o laudo foi completamente favorável, uma vez que é natural um militar manusear armas”, explicou Brenda. 

Sobre a informação de que Iranildo estaria proibido de utilizar armas, a advogada conta que desde o dia 28 de janeiro, o tenente estava autorizado para usar a sua própria. 

“Eu tenho aqui um documento que autoriza o Iranildo a usar arma desde o dia 28 de janeiro, ou seja, ele não estava proibido como a mídia vem divulgando”, completou. 
JH

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