A 33ª Vara Criminal concedeu, na tarde desta terça-feira, a liberdade provisória para o ator e psicólogo Vinícius Romão, de 26 anos, preso desde o dia 10 deste mês, acusado de ter roubado a bolsa de uma mulher no Méier, na Zona Norte.
Segundo o site do jornal Extra, Vinícius teve a prisão convertida em medidas cautelares mas, segundo o advogado Rubens Nogueira de Abreu, o alvará de soltura só será expedido nesta quarta-feira.
Vinícius Romão foi preso na Rua Amaro Cavalcanti, minutos depois de deixar o Norte Shopping, em Del Castilho, onde trabalha como vendedor numa loja de roupas.
Ele foi levado para a Casa de Detenção Patrícia Acioli, em São Gonçalo. Parentes e o advogado do ator tentavam, desde então, provar que ele é inocente e foi preso injustamente.
O delegado Niandro Lima, titular da 25ª DP (Engenho Novo), disse que a mulher que acusava Vinícius prestou novo depoimento nesta terça-feira, por mais de uma hora, e admitiu ter se enganado no reconhecimento.
O tenente-coronel da reserva do Exército Jair Romão de Souza, de 64 anos, pai de Vinícius, disse que perdoa a vítima. Ele irá ao encontro do filho, nesta quarta.
- Eu perdoo a pessoa que se enganou. Sou espírita, e perdoar é importante. Além disso, ela ter voltado atrás é uma prova de boa índole. Reencontrar meu filho vai ser uma emoção grande. Tudo o que eu quero é dar um abraço nele - disse o militar.
Em sua decisão, o juiz Rudi Baldi Loewenkron, em exercício na 33ª Vara Criminal, determina que Vinicius compareça mensalmente em juízo para informar e justificar suas atividades.
O ator também fica proibido pelo magistrado de se ausentar da comarca quando sua presença for necessária para o processo.
Em depoimento na 25ª DP, nesta quarta, Dalva da Costa Santos afirmou que o local onde foi roubada não era bem iluminado, e que viu apenas rapidamente o rosto do ladrão.
“Fica quietinha e passa a bolsa”, ameaçou o criminoso ao abordá-la. Ainda segundo a vítima, que trabalha como copeira em um hospital na região do Méier, o bandido usava blusa preta e tinha cabelo no estilo black power - mesmo corte usado por Vinicius, que precisou aparar o cabelo ao ser preso.
Na delegacia, Dalva também alegou que, já no dia seguinte ao roubo, devido às insistentes negativas de Vinícius, pensou em ir à delegacia para retirar a queixa, mas não o fez por não ter o dinheiro da passagem. Ao ver a repercussão do caso na mídia, a sensação de que poderia ter cometido um engano aumentou.
No dia 10, Vinicius seguia a pé para casa, no Méier, quando foi abordado por dois policiais que acompanhavam a vítima, perto do Viaduto de todos os Santos.
Ele foi obrigado a se deitar de bruços no chão e, depois, levado à 25ª DP. Na delegacia, a copeira chorava muito quando o reconheceu como o homem que a havia assaltado minutos antes. Este testemunho foi usado para manter o jovem na prisão.
Nesta segunda-feira, Niandro Lima havia informado que pediria imagens de câmeras de seguranças da Amaro Cavalcanti para auxiliar nas investigações.
Para a família do ator, a vítima do roubo foi induzida pelo policial militar a fazer o reconhecimento. O caso alcançou grande repercussão na internet.
Nos últimos dias, amigos de Vinícius afirmaram nas redes sociais que ele foi vítima de racismo e pediram solidariedade à família do ator.
O Globo
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