As homenagens alusivas ao 10º ano de falecimento do ex-governador Cortez Pereira tiveram início na manhã desta segunda-feira (24), durante Missa em ação de graças na Matriz de Sant’Ana, com a participação do prefeito Vilton Cunha, primeira dama Ana Maria Furtado, coordenadora da Secretaria de Turismo, Socorro Goes, população e amigos de um dos mais importantes políticos do Rio Grande do Norte.
Em seu discurso homenageando Cortez, a professora e escritora Maria José Mamede Galvão, afirmou que ele “foi um seridoense que, talvez, tenha mais amado esta terra, Currais Novos e o Seridó”.
Governador do Rio Grande do Norte entre 1971 e 1975, Cortez realizou grandes obras e ações no estado, tais como: criação de 20 vilas rurais nas terras de Serra do Mel, plantando 40 mil hectares de cajueiros para empregar 30 mil homens desempregados das salinas; imaginou a criação de camarões nas áreas de mangues e salinas, adquirindo e aprofundando conhecimentos e técnicas junto ao Japão; criou o polo têxtil do estado, através da integração vertical do algodão seridó e a fabricação de tecido, dando total apoio à primeira fábrica de tecidos norte-rio-grandenses; implantou em Touros o projeto "Boqueirão" para reduzir o êxodo rural, produzir e beneficiar coco e abacaxi; criou e pôs em prática o projeto sericultura para a criação do bicho da seda, permitindo ao RN produzir seda de qualidade idêntica à chinesa; estimulou o plantio do café e arroz nas serras do alto oeste, fabricação de barrilha em Macau e recuperação de salinas com a disseminação do cooperativismo; incentivador do turismo potiguar, com a doação de duas áreas para a Editora Abril construir hotéis e a transformação da Casa de Detenção de Natal em "Centro de Turismo"; levou a energia de "Paulo Afonso" ao maior número de cidades; duplicou a BR 101; fez ligação da ponte de Igapó com a praia da Redinha; deu a Natal recantos agradáveis como o Bosque dos Namorados, A Cidade da Criança e o início da construção do atual "Centro Administrativo".
Amiga do ex-governador, Maria José Mamede lembrou que “a entonação grave de sua voz atraia singularmente, magnetizava, certificando que aqueles momentos jamais retornariam”. A escritora também afirmou que Cortez pregava que na vida pública - o que é difícil - a lição de que, quando a política nos faz ofensas, "devemos escrever na areia onde o vento do esquecimento e do perdão se encarregam de apagar.
Porém, quando nos faz algo de bom, devemos escrever definitivamente no coração, onde vento nenhum do mundo poderá apagar".
O prefeito Vilton Cunha comentou que um dos mais ilustres currais-novenses era “detentor de ideias avanças e conseguiu construir toda a base da economia potiguar que perdura até hoje”.
“No nosso município, dentre outras importantes obras, Cortez trouxe água do Gargalheiras para abastecimento da cidade e construiu o Hospital Regional de Currais Novos, sob a administração do Hospital Pe. João Maria".
Vilton lembrou que "hoje, quando vivenciamos uma longa estiagem em todo o Estado, se faz necessário lembrar-se do quanto este político era sensível com esta problemática”.
Em discurso proferido por Cortez Pereira no Encontro Regional de Tropicologia, em 1988,em Recife, o político afirmou: “quando dizem que a terra do Nordeste é seca, tenho repetido e, às vezes, isso é mal compreendido, que seca não é a terra do Nordeste, seca é a inteligência da elite que governa o Nordeste. Aí é que não chove!"
A programação de homenagens à Cortez Pereira acontecem até a quarta-feira (26) na Fundação Cultural “José Bezerra Gomes”, com exposição de fotos sobre a vida do ex-governador. A mostra está aberta para visitação da população no período de 7h às 18h.
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