sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Micarla abandona "Malufinho".

A prefeita Micarla de Souza está se descartando esta semana da maior fonte de lealdade com que seu pai, o falecido senador Carlos Alberto, contou além do círculo familiar durante toda a sua existência, o "doublé" de corretor de seguros e servidor público Romilson Torres Alves, mais conhecido nas rodas políticas de Natal como "Malufinho".

O "Diário Oficial do Município" desta sexta-feira deve sacramentar a demissão de Malufinho de uma das mais estratégicas coordenadorias da Companhia de Limpeza Urbana, a de Fiscalização, onde a burgomestra o havia instalado no início de 2.009 exatamente para zelar principalmente pelos interesses de sua gestão no governo municipal.

Segundo fontes da Urbana, para não ser jogado a se perder completamente de vista, ele seria transformado em observador da empresa municipal junto à Marquise, uma das organizações privadas que atuam na coleta de lixo em Natal. Esta seria uma espécie de punição porque Malufinho se teria recusado, sistematicamente, a assinar relatórios de medição de serviços terceirizados que lhe teriam sido apresentados cotidianamente pela direção da Urbana, simplesmente porque turbinavam os números reais dos serviços realizados, aumentando os gastos da prefeitura.

Nos últimos tempos, isto o teria confrontado com os diretores João Bastos, presidente, e Salatiel de Souza, assim como na primeira metade do governo de Micarla o contrapôs ao jornalista e publicitário Bosco Afonso, atual pré-candidato do Partido Verde a prefeito de sua terra, Macau. Funcionários elogiam esta posição, lembrando que há tempos os números contábeis da Urbana vêm atraindo para a empresa os olhos do ministério público estadual, que conseguiu levar a justiça a decretar uma espécie de intervenção branca na companhia, na época em que o radialista e ex-deputado estadual Luiz Almir Filgueira Magalhães renunciou à presidência desta para não receber pelo menos uma intimação judicial por semana.

A opção de Micarla por João Bastos e Salatiel, seus colaboradores também no comando regional do PV, organização que ela preside no Rio Grande do Norte, estaria sendo forçada ao mesmo tempo por este assédio judicial. Segundo consta, amargando 93% de reprovação do eleitorado natalense, conforme pesquisa divulgada há algumas semanas, ela enfrentaria muita dificuldade para encontrar quem topasse assumir a presidência da Urbana por menos de um ano correndo o risco de nunca mais se desvencilhar de processos na justiça.
Roberto Guedes

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