A nota de esclarecimentos emitida ontem (24) por Elias Fernandes, diretor-geral do DNOCS, virou nota de despedida. A exoneração dele já está decidida pela presidente Dilma Rousseff. Ela apenas negocia a saída para não aprofundar crise com o PMDB.
Henrique Eduardo Alves está inconformado. Não aceita a substituição de Elias pelas razões levantadas por inúmeras reportagens da chamada grande imprensa.
Mas terá de aceitar, ele sabe disso. Experiente, o líder do PMDB sabe que ninguém se sustenta em Brasília quando vira alvo dos jornalistas. E do fogo amigo.
Pode prestar atenção: na cobertura de casos de corrupção ou de escândalos políticos, os veículos com sucursais em Brasília, sejam impressos, de TV ou de rádio, agem como se estivessem numa manada de elefantes. Seguem pisando tudo que aparece pela frente, causando estragos irreparáveis.
Boa parte do que é lido na imprensa é alimentada por gente do próprio governo e do partido que Henrique Eduardo lidera, o PMDB.
E arrisco dizer que o principal alvo da crise no DNOCS é Henrique Eduardo Alves, cotado para assumir a presidência da Câmara dos Deputados.
Padrinho de Elias Fernandes no comando do órgão, o deputado potiguar deverá ser questionado por ações sob suspeita no DNOCS.
A existência de irregularidades que somam R$ 312 milhões em obras e serviços auditados pela Controladoria Geral da União é um valor emblemático. Pode colar nele. E isso pode servir de peça de propaganda para quem deseja melar o acordo firmado entre PMDB e PT para fazer de Henrique o próximo presidente da Câmara.
Além disto, Henrique Eduardo deverá ser questionado por Elias Fernandes ter concentrado boa parte dos convênios da Defesa Civil no Rio Grande do Norte, porque virou pecado favorecer o estado de origem.
Neste momento, Henrique Eduardo enfrenta nova turbulência no seu voo em direção ao comando da Câmara dos Deputados. Se a crise do DNOCS se arrastar por mais tempo, o maior prejudicado no final do episódio será ele.
Diógenes Dantas
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