Um remédio para câncer de próstata atualmente indicado apenas a pacientes que passaram por quimioterapia se mostrou eficaz também no adiamento da necessidade do procedimento e na ampliação do tempo de sobrevida de homens com casos avançados da doença.
Os resultados são de um estudo apresentado nesta quinta-feira, 30, no Simpósio de Cânceres Geniturinários, em São Francisco (Estados Unidos).
Na pesquisa, realizada pela Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, 1.717 homens com tumor avançado de próstata foram divididos em dois grupos e acompanhados por 20 meses.
Entre os que tomaram o medicamento enzalutamida, o risco de morte foi 29% inferior ao do grupo que usou um placebo. O tempo de sobrevida entre os que tomaram o remédio foi de 32,4 meses contra 30,2 meses dos pacientes que receberam o placebo.
De acordo com o estudo, o remédio ainda adiou em 17 meses o tempo médio de início da quimioterapia. De acordo com o chefe da equipe de urologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), Rafael Coelho, participante do simpósio, o remédio será importante para prolongar a qualidade de vida dos pacientes com tumores avançados.
“Ao retardar a necessidade de quimioterapia, o remédio adia também os efeitos colaterais da mesma”, diz.
Coelho lamenta que a enzalutamida não esteja aprovada para uso no Brasil.
“Sei que o processo de aprovação já foi aberto, mas por questões burocráticas, ainda não foi finalizado”, diz.
Nos EUA, a substância tem o aval desde 2012, mas apenas para uso depois da quimioterapia. Agora, após a apresentação do novo estudo, o fabricante pedirá à Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA-Food and Drugs Administration), que a droga seja liberada também para uso antes da quimioterapia. O processo deve durar alguns meses.
Estadão
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