A relação entre o papa Francisco e o governo da Argentina, seu país natal, não é das melhores.
No papel de arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio irritou diversas vezes a Casa Rosada com suas críticas à situação social do país - principalmente, o avanço da pobreza - e ao "clima de confrontação política" que a administração de Néstor (2003-2007) e Cristina Kirchner impôs ao país.
- A relação entre Cristina e a Igreja é fria e distante - afirma o jornalista do "Clarín" Sergio Rubin, autor de um livro sobre conversas com Bergoglio. - Kirchner e Cristina nunca gostaram das homilias de Bergoglio porque as interpretam como críticas a seus governos.
Em 2010, por exemplo, Bergoglio disse que "é próprio da alta política começar e manter processos, em vez de confrontar para dominar espaços" de poder.
A lista de divergências entre os Kirchner e a Igreja é grande. A aprovação, no mesmo ano, da lei que permitiu o casamento entre homossexuais foi um dos projetos kirchneristas que mais estremeceu o relacionamento.
No último dia 1 de março, durante a cerimônia de reinício das atividades legislativas, Cristina Kirchner comentou o processo de sucessão no Vaticano. Lembrou que seu vínculo com a Igreja é tênue: - Sou parte da Igreja, embora tenha minhas diferenças com suas autoridades - disse ela.
AG. O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário