Depois de mais de 40 anos vivendo em São Bernardo do Campo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cogita a possibilidade de deixar a cidade do ABC onde construiu sua carreira política para morar em São Paulo.
Lula autorizou auxiliares a procurar um imóvel onde quer viver com a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, sua namorada e com quem anunciou que pretende se casar.
O ex-presidente amadureceu a decisão de sair de São Bernardo durante os 19 meses que passou preso. Em entrevista ao jornal Brasil de Fato, em outubro, admitiu publicamente pela primeira vez a possibilidade. “Eu não tenho mais o que fazer em São Bernardo”, disse o petista.
A amigos, ele tem dito que não tem mais vínculos com a cidade do ABC desde que a ex-primeira-dama Marisa Letícia morreu em fevereiro de 2017. Três de seus cinco filhos vivem na capital paulista. Lurian, sua filha mais velha, mora no Rio. O único que continua em São Bernardo é Marcos, filho do primeiro casamento de Marisa.
Lula também já revelou ter o sonho antigo de voltar a morar no Nordeste, região na qual nasceu mas que deixou ainda aos cinco anos de idade junto com a mãe, dona Lindu, e outros sete irmãos para viver em Vicente de Carvalho, distrito de Guarujá, no litoral de São Paulo.
Pessoas próximas têm incentivado Lula a aproveitar o relacionamento com Janja para mudar de hábitos. Amigos dizem que há décadas a vida social do ex-presidente é vinculada à política. Ele costumava sair pouco para atividades de lazer, mesmo em viagens internacionais, e os momentos de diversão quase sempre eram em sua própria casa ou nas de amigos. Estes amigos acham que, em São Paulo, Lula poderia sair mais.
Depois de 19 meses preso e de ter a vida chacoalhada pela Lava Jato, Lula ainda não sabe ao certo como será sua rotina. O Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, onde dava expediente todos os dias depois que deixou a presidência, em 2011, está praticamente parado depois que sofreu uma devassa da Receita Federal e teve as contas bloqueadas.
Alguns colaboradores não recebem salários há meses. Muitos deles buscaram outros empregos. Não há verba para a realização de eventos e atividades.
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