sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Papa admite pedofilia e chama casos de 'vergonha'

A Organização das Nações Unidas (ONU) acusou o Vaticano de manter um "sistema de ocultação" de crimes sexuais contra crianças, de não colaborar com a Justiça, de promover a impunidade e pede que a Santa Fé revele qual a dimensão dos casos envolvendo padres pelo mundo.

Nesta quinta-feira, 16, o papa Francisco enfrentou seu primeiro grande teste internacional ao ser examinado pelas Nações Unidas em Genebra durante seis horas sobre o que tem feito para proteger crianças contra abusos sexuais. 

A sabatina de representantes da Santa Sé já estava programa há meses e foi a primeira em mais de uma década. Enquanto a reunião ocorria em Genebra, o papa Francisco, de Roma, usava sua homilia para admitir a culpa da Igreja. 

O argentino, porém, não usou a palavra "pedofilia".A delegação do Vaticano adotou um tom de transparência e reconhecimento de que precisa mudar a forma de atuar. 

A Santa Sé admitiu que os crimes foram cometidos pelo clero e que "nada os justifica". O Vaticano também garantiu que não toleraria que casos fossem encobertos para proteger os religiosos. 

"Tantos escândalos que eu não quero mencionar isoladamente, mas que todos sabemos quais... Escândalos, nos quais alguns tiveram que pagar caro: E está bem! Se deve fazer assim... A vergonha da Igreja! ", disse, em Roma, o papa Francisco, em referência à indenização que a Igreja pagou nos EUA. "Mas nos envergonhamos desses escândalos, dessas derrotas de padres, bispos, laicos?" 
Estadão

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